Blog •  19/11/2024

Segunda Safra 2024/25: o que esperar para os preços do milho Safrinha?

 Felipe Fabbri, zootecnista me
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Incertezas quanto à oferta no Brasil devem dar sustentação aos preços do milho.

A semeadura da Safra de grãos 2024/25 começou no Brasil mediante desafios, com destaque ao clima e à Safra de verão.

As chuvas no Brasil Central e Matopiba tardaram a acontecer e os trabalhos no campo estão lentos.

No Brasil, a semeadura até 24/10 concentrava 17,6% da área estimada no país. Há um ano, a semeadura já concentrava 28,4% das lavouras (Tabela 1).

Tabela 1. Acompanhamento (%) da semeadura de soja no Brasil em 2024 e no ano anterior.

Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria

Em Mato Grosso, principal produtor do país, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) estima que até 18 de outubro a semeadura no estado chegou a 25,1% (pouco acima das estimativas apresentadas pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab) da área estadual programada – atraso de 34,9 pontos percentuais em relação à Safra 2023/24 e de 19,3 pontos percentuais em relação à Safra 2024/25. 

O clima, porém, não tem preocupado o mercado da soja no Brasil, uma vez que o volume precipitado, a partir da segunda quinzena de outubro, melhorou, e os modelos climáticos apontam para volumes mais consistentes a curto e a médio prazos (Figura 1a e 1b). 

O quadro tem mantido os preços, no mercado internacional, pressionados para baixo, com uma perspectiva de oferta recorde no Brasil e estoques finais confortáveis no mundo.

A Safra 2023/24 também foi marcada pelo clima. Para se ter uma ideia, sob atuação do fenômeno El Niño, a semeadura nesta época em Mato Grosso concentra 60% dos trabalhos, com uma média nas últimas cinco safras de 44%. Ou seja, a semeadura na Safra vigente está sendo ainda mais impactada.

Figura 1a. Precipitação acumulada (mm) no Brasil e anomalia nos últimos trinta dias. 

Figura 1b. Estimativa de precipitação acumulada (mm) e anomalia para os próximos sete e quinze dias no Brasil.

Mas o que o atraso da soja tem a ver com o milho Safrinha?

O principal aspecto de risco da Safra passada para esta é praticamente o mesmo: o atraso das precipitações e o risco de menor janela de semeadura para o milho, elevando as preocupações com o zoneamento agrícola de risco climático (ZARC) adequado para a cultura. 

Em 2023/24, muito já se falou nesse risco para a janela de semeadura do milho Safrinha, mas em função do El Niño e das elevadas temperaturas, que levaram a perdas produtivas para muitos produtores, o ciclo da soja foi adiantado, proporcionando uma adequação à janela do milho. 

Se na Safra passada as altas temperaturas e os volumes pluviométricos irregulares promoveram adequação à janela de semeadura, para este ano a tendência é de normalidade, com o fenômeno La Niña atuando e de, provavelmente, intensidade fraca, o que pode fazer com que o ciclo da soja ande dentro da sua normalidade – elevando o risco para a janela de semeadura do milho na segunda Safra.

Além de Mato Grosso, outros estados têm vivido situação semelhante – casos de Goiás e de, praticamente, todo o Matopiba. 

Ou seja, atenção redobrada do produtor para a escolha do híbrido da sua semente. E, para isso, conte com o time da Brevant® Sementes, que conta com um portfólio de milho completo para a possibilidade de estresse hídrico e mitigação de riscos.

Separamos alguns artigos que já trabalhamos no blog sobre temas importantes para o manejo mais assertivo nos próximos meses e as melhores escolhas.

Nossos híbridos de milho

A Brevant® Sementes é uma das principais marcas de sementes de milho do Brasil, com mais de 30 híbridos, todos desenvolvidos com as mais avançadas biotecnologias para combinar proteção com rentabilidade e com tratamento industrial em 100% das sementes. Conheça nossos destaques de portfólio para a sua Safrinha.

B2900PWU (lançamento): híbrido precoce com alto potencial produtivo, bom desempenho em condições de estresse hídrico, estabilidade de produção, ótima sanidade foliar e qualidade de grãos.

B2702PWU: híbrido superprecoce que responde ao investimento alto, com estabilidade e ótimo potencial produtivo, ótima sanidade de grãos, colmo e folha, e excelente qualidade de raiz. 

B2701PWU: híbrido precoce de alto potencial produtivo, bom desempenho em condições de estresse hídrico, ótima sanidade foliar e qualidade de grão. Possui ampla adaptação geográfica. Híbrido redutor para Pratylenchus brachyurus e Meloidogyne spp.

B2801PWU: híbrido precoce com alto potencial produtivo, bom porte de planta, boa sanidade foliar e excelente qualidade de grãos. Híbrido com FR baixo para Pratylenchus brachyurus e redutor para Meloidogyne incognita.

B2817PWU (lançamento): híbrido com boa tolerância ao complexo de enfezamentos, sanidade e tolerância ao estresse hídrico.

B2620PWU: híbrido superprecoce, com tolerância e enfezamento, excelente sanidade foliar e boa tolerância seca.

Mas afinal, para onde caminharão os preços do milho na Safrinha?

O mercado de milho está com preços firmes nos últimos meses e o mercado aponta para preços firmes para o próximo ano – acompanhe nas figuras 2a e 2b. 

Figura 2a. Preços médios mensais do milho em grão, em Campinas (SP), por saca de 60 kg. 

Fonte: Scot Consultoria

Figura 2b. Cotação do milho em grão no mercado físico, em Campinas (SP), e no mercado futuro, na B3, em R$/saca.

Fonte: Scot Consultoria / B3 (24/10/24)

O mercado está firme, pois os estoques de passagem (que abastecem a demanda no primeiro trimestre, até a chegada da Safra de verão na virada do ano) encontram-se em seu menor nível nas últimas cinco safras. 

Em 15/10, a Conab apresentou o primeiro levantamento da Safra 2024/25 com uma estimativa de produção de grãos total 8,3% maior que a estimativa de produção em 2023/24, Safra que fora afetada pelo clima.

Para o milho, ao falarmos sobre a primeira Safra, ela deverá ter menor participação em área – mas recuperação em produtividade –, o que eleva o risco para a produção e oferta nesta conjuntura climática incerta.

Para a primeira Safra de milho, a expectativa é de queda de 1,1% na produção, estimada em 22,7 milhões de toneladas, apesar da estimativa de maior produtividade (4,6%).

A cultura na Safra de verão tem perdido espaço nos últimos anos e, para o ciclo 2024/25, a expectativa é de retração em 5,4% na área semeada no país. A área com a cultura deverá passar de 3,9 milhões de hectares em 2023/24 para 3,7 milhões em 2024/25.

A área para a segunda Safra, porém, deverá crescer na Safra atual, passando de 16,4 milhões de hectares para 16,6 milhões. 

A expectativa é que a produtividade das lavouras cresça (3,8%) na próxima temporada, quadro que deverá resultar na produção de 94,6 milhões de toneladas, 4,8% maior que na Safra 2023/24. 

Por fim, a produção total de milho (1ª, 2ª e 3ª Safras) está estimada em 119,7 milhões de toneladas, 3,5% maior que a produção obtida em 2023/24.

Veja na tabela 2 o balanço de oferta e demanda apresentado para o próximo ciclo no Brasil.

Tabela 2. Balanço de oferta e demanda de milho no Brasil. em mil toneladas.

 

Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria

O recorte entre o balanço de oferta e demanda apertado, somado ao risco climático – que poderá diminuir a oferta no próximo ciclo – deverão dar sustentação às cotações do milho nos próximos meses.

Ao produtor que nos lê, a escolha do melhor híbrido para a sua região, levando em consideração o zoneamento agrícola de risco climático (ZARC) e a execução de práticas de manejo que promovam maior produtividade serão palavras de ordem para melhores resultados no próximo ano – independente de quebras ou movimentos especulativos. 

Para isso, conte com a Brevant® Sementes!

Referências

B3 

Conab

NOAA Climate

IMEA

Scot Consultoria

USDA