Blog •  02/03/2023

Efeitos do estresse hídrico na produção de milho e soja

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Efeitos do estresse hídrico na produção de milho e soja

Mas afinal, o que define o estresse hídrico?

Quando a demanda de água da planta é maior que a oferta (disponibilidade) que há no solo e a capacidade de absorção pelo sistema radicular das plantas é limitada, temos o estresse hídrico.

O problema é um dos fatores que mais compromete a obtenção de altas produtividades das culturas de milho e soja no Brasil. Veja alguns relatos de produtores parceiros da Brevant® Sementes sobre suas experiências com estresse hídrico e manejos para tal situação.

Os efeitos da estiagem sobre a produtividade dependem da intensidade do déficit hídrico, de sua duração, da época de ocorrência dentro do ciclo da cultura e da interação com outros fatores de manejo.

Comentaremos a seguir alguns dos principais efeitos do estresse hídrico nas culturas de soja e milho.

Efeitos na cultura da soja

A água representa cerca de 90% do peso da planta de soja e atua em todos os processos fisiológicos e bioquímicos existentes na cultura.

A cultura da soja compreende duas fases principais, a vegetativa e a reprodutiva. Assim, a disponibilidade de água no solo é um fator determinante para o seu pleno desenvolvimento desde a fase de germinação/emergência até a floração, enchimento de grãos e por fim maturação, demandando ao longo do ciclo entre 450 e 800mm de água (EMBRAPA). A ausência de água pode impactar diretamente o processo fotossintético, levando à desidratação do citoplasma e, de forma indireta, ao fechamento dos estômatos, o que prejudica o processo de respiração de fotossíntese da planta.

Um efeito visível da escassez de água é a redução do crescimento da planta. Isso ocorre pelo encolhimento da célula (perda de turgidez), que prejudica o crescimento celular. Outra característica da planta que passa por carência de água é a redução de área foliar pelo abortamento de folhas. Isso ocorre quando a planta tem um bom desenvolvimento foliar e entra em uma fase de déficit hídrico, provocando a senescência e queda das folhas.

Para garantir uma boa germinação de plantas na lavoura, durante a emergência é necessário que haja a absorção de, no mínimo, 50% do peso da semente em água. A necessidade hídrica aumenta ao longo do desenvolvimento da cultura, atingindo aproximadamente 7 a 8mm/dia durante as fases de floração e enchimento de grãos, considerada a fase crítica da cultura. Com baixa disponibilidade hídrica, pode ocorrer abortamento de flores e legumes e redução no tamanho e peso de grãos, além do aumento do teor de grãos verdes, o que compromete a produtividade e qualidade da lavoura.

Figura 1. Estádios fenológicos da cultura da soja.

Fonte: IPNI

Efeitos na cultura do milho

A germinação/emergência das sementes de milho é um dos períodos mais importantes para definir o potencial produtivo da lavoura. A necessidade hídrica nessa fase é baixa e varia de 1,5 a 3mm por dia, pois ainda não existe área foliar. A deficiência hídrica no período dificulta a absorção de água pela semente, fundamental para o início do processo de germinação. Assim, a estiagem, nesse período, reduz o número de plantas emergidas e torna a emergência mais lenta e desuniforme.

Figura 2. Estádios fenológicos da cultura do milho.

Fonte: IPNI

O requerimento hídrico do milho fica maior a partir do período de V6 (seis folhas expandidas) a VT (florescimento), de 4,5 para 7mm por dia, conforme o aumento da área foliar. 

Nesse período, a planta estará definindo o tamanho potencial da espiga (diferenciando número de fileiras e número de óvulos por fileira), expandindo entre nós e área foliar.

O período de pendoamento-espigamento é o de maior sensibilidade da cultura do milho à deficiência hídrica. O requerimento hídrico do milho nesse período gira em torno de 7 a 8mm por dia.

Com falta de umidade e alta temperatura, pode ocorrer dessincronia entre o florescimento masculino e feminino, o que faz com que os grãos de pólen (parte masculina) sejam liberados e não encontrem estilo-estigmas (parte feminina) receptivos e que o número de óvulos fertilizados e de grãos produzidos por espiga sejam reduzidos, além do rendimento de grãos também ser afetado drasticamente.  

Submetidas a déficit hídrico, as plantas fecham estômatos, eliminam mecanismo de resfriamento e aumentam a temperatura da folha, o que afeta a respiração. Com isso, vai haver maior consumo de reservas e, consequentemente, a redução não só do crescimento vegetal como da produção de grãos.

O rendimento da lavoura pode diminuir em até 50%, a depender da fase em que ocorre o déficit hídrico na cultura do milho.

Estratégias para mitigar o estresse hídrico

- Levar em consideração o histórico climatológico da região e a época em que o estresse acomete a lavoura, buscando fugir da época em que concilia o período crítico da cultura com o período de estiagem.

- Adoção do sistema de combinação de híbridos ou cultivares, escolhendo materiais com diferentes ciclos, consequentemente com diferentes períodos de florescimento, auxilia a mitigar os riscos de quebra de produtividade.

- Otimizar o uso da água armazenada no solo. Isso significa que também é necessário melhorar a infiltração da água das chuvas, para aumentar o reservatório de água, que é o solo. Conhecer as propriedades do solo em que as lavouras estão inseridas é de suma importância para a produção, pois, por meio das propriedades físico-químicas do solo, pode-se estimar e melhorar a capacidade de armazenamento de água, com práticas de manejo como a redução da compactação, o aumento da matéria orgânica no solo e a manutenção de palhada na superfície.

- Adubação potássica em níveis satisfatórios, conforme recomendação, pois o potássio é o elemento primordial no controle de abertura e fechamento de estômatos, que é onde ocorrem as trocas gasosas para fotossíntese e onde ocorre a perda de água da planta para o ambiente, além de atuar como carreador de fotoassimilados para o enchimento de grãos.

- Quando possível, adoção de sistemas de irrigação, que auxiliam na mitigação do estresse hidrico. Lembre-se de que devem ser usados como suporte ao fornecimento de água para a lavoura e não têm como função aumentar os níveis de água do solo, pois este é o papel da chuva.

-  Seleção genética de materiais com a característica de ter maior tolerância às adversidades climáticas.

Escolher um híbrido (no caso do milho) e cultivar (no caso da soja) com boas características para seu sistema produtivo é fundamental. Com a Brevant® Sementes, você pode contar com a efetividade em cada escolha. Acesse para conhecer o portfólio de híbridos e cultivares disponíveis.