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TSI e o controle de pragas e doenças: o que muda na qualidade da silagem

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O controle adequado de pragas e doenças é fundamental para o cultivo de plantas mais saudáveis e resistentes, resultando em uma silagem de maior valor nutricional

     A qualidade da silagem começa no plantio, muito antes da colheita e da vedação do silo. Para o produtor que trabalha com silagem de milho, controlar bem pragas e doenças não é só questão de proteger produtividade: é promover uma estrutura de planta adequada a colheita e compactação e uma fermentação estável, com menos perdas, o que resulta em mais valor nutricional. Como reforça a Embrapa, boas práticas de manejo, incluindo irrigação, controle de plantas daninhas, pragas e doenças, são fundamentais para o desenvolvimento do potencial do milho destinado à silagem.

Não à toa, entender como o controle adequado de pragas e doenças impacta na qualidade da silagem é essencial para o cultivo de plantas mais saudáveis e resistentes desde o início do ciclo. Por isso, listamos algumas das razões pelas quais um bom TSI com proteção inicial e boas práticas contribuem diretamente para o resultado final das fazendas de gado de corte e leite:

     1 - Valor nutricional: porque pragas e doenças diminuem a digestibilidade

     Folhas sadias são uma espécie de fábrica de açúcares que, no milho para silagem, viram energia no cocho. Quando doenças foliares (ferrugens, mancha foliar de Cercospora, Helminthosporium, etc.) tomam área fotossintética, a planta tende a acumular mais fibras e menos carboidratos solúveis, o que reduz a digestibilidade. Por isso, de acordo com a Ohio State University, doenças foliares podem reduzir a digestibilidade e até prejudicar a fermentação do material ensilado.

     Resultados de diversas pesquisas mostram o mesmo padrão: infecções como a ferrugem do sul (Puccinia polysora ) aumentam a fibra digestível em detergente neutro (FDN) e a fibra digestível em detergente ácido (ADF) e reduzem a digestibilidade in vitro da fibra, afetando diretamente a qualidade da silagem e o desempenho animal. Além disso, estudos recentes feitos com a doença mancha-de-piche indicam que quando o milho silagem é afetado, cai a digestibilidade da fibra (NDFD) e, consequentemente, do leite previsto por tonelada, reforçando o elo entre sanidade da lavoura e eficiência no cocho.

2 - Estrutura de planta: resistência mecânica, colmos e compactação

     Pragas que atacam o colmo, como a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), abrem galerias e fragilizam a arquitetura da planta. Isso favorece acamamento, perdas mecânicas na colheita e maior contaminação com solo, se tornando uma porta de entrada para problemas na fermentação. Publicações da Embrapa detalham que o ataque interno ao colmo causa perdas relevantes, devido a entrada de podridões de colmo (por Fusarium spp., Colletotrichum graminicola, Stenocarpella spp., Macrophomina phaseolina) estão entre as doenças mais importantes do milho.

     A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), praga agrícola muito comum, especialmente em culturas como milho no Brasil, danifica folhas e espigas ao longo de praticamente todo o ciclo, reduzindo área foliar ativa e comprometendo enchimento de grãos, o que repercute na relação grão/colmo da silagem (um importante indicador da produtividade e da qualidade da planta). Manejo preventivo e monitoramento são, portanto, decisivos para o sucesso da lavoura. 

3 - Fermentação: menos fungos e clostrídios, mais estabilidade

     A carga de microrganismos que entra no silo começa na lavoura. Quando a planta chega doente ou lesionada, a contaminação por fungos e leveduras já vem elevada, o que dificulta a queda rápida de pH e aumenta o risco de perdas por aquecimento e deterioração da silagem. Leveduras e bolores degradam nutrientes e podem produzir compostos indesejáveis, afetando a estabilidade aeróbia. Normalmente, parte dessa contaminação já está presente antes da ensilagem, o que acontece quando a lavoura teve incidência de doenças. 

     Outro ponto crítico é a contaminação por solo durante a colheita e o tráfego no campo, muito mais provável em áreas acamadas por pragas/doenças de colmo. O solo carrega esporos de Clostridium, que, se dominarem a fermentação, geram ácido butírico, degradam proteína (formando aminas biógenas) e derrubam o consumo. Boas práticas para reduzir clostrídios incluem minimizar contaminação de cinzas (solo), garantir compactação adequada e acelerar a queda de pH abaixo de 4,5.

4 - Micotoxinas: risco real e manejável

     Certas doenças de espiga e colmo elevam o risco de micotoxinas na silagem, especialmente de fungos do gênero Fusarium. Em levantamentos feitos com silagem de milho, DON (deoxinivalenol) e zearalenona são frequentemente detectadas. No Brasil, as fumonisinas são as mais comuns no milho, associadas à alta incidência de Fusarium verticillioides. Micotoxinas prejudicam desempenho, consumo e saúde de ruminantes. Por isso, reduzir ferimentos na espiga, controlar pragas que abrem caminho para fungos e escolher híbridos/táticas que limitem infecções é essencial.

     Para evitar contaminações e preservar o valor nutricional da silagem, o manejo integrado no campo é uma ferramenta poderosa. Para isso, sugerimos alguns passos práticos que podem resultar em uma silagem de melhor qualidade:

              • Monitoramento e decisão no momento certo: Prevenir e acompanhar o desenvolvimento da S. frugiperda e outras pragas desde cedo é fundamental. Ataques precoces têm impacto maior na estrutura e no perfil nutricional e por isso um TSI de qualidade é fundamental para controlar pragas desde o plantio.

              • Proteger colmos e espigas: Controlar a broca-da-cana e reduzir fontes de inóculo de podridões de colmo/espiga é importante. Menos galerias é sinônimo de menos acamamento e de menor risco de contaminação com solo e fungos.

              • Gerir doenças foliares: Em anos e regiões de maior pressão, programas de fungicida foliar podem preservar área fotossintética e ajudar a manter NDF/ADF em patamares desejáveis, com ganhos de digestibilidade da fibra. Avalie custo-benefício localmente.

              • Colheita no ponto e manejo do silo: Mesmo com lavoura sadia, atrasar colheita aumenta fibra e reduz NDFD; colher com excesso de umidade favorece o desenvolvimento de clostrídios na massa ensilada. Compactar bem, vedar o silo com a maior agilidade possível e evitar contaminação com terra no material ensilado são mandamentos. 

              • Considerar inoculantes quando fizer sentido: Inoculantes com bactérias lácticas podem acelerar a queda do pH e melhorar estabilidade aeróbia, sobretudo quando a lavoura passou por estresse ou houve algum grau de contaminação por fungos.

Afinal, por que tudo isso se traduz em mais qualidade para a silagem?

     Resumindo: uma lavoura saudável tem plantas com mais carboidratos solúveis e grãos bem formados, o que resulta em uma melhor relação grão/colmo e fibras mais digestíveis, que geram fermentação láctica mais rápida e estável, menos perdas e menor risco de micotoxinas e clostrídios. Vale ressaltar que o contrário também é verdadeiro: doenças foliares e pragas reduzem digestibilidade (NDFD), elevam NDF/ADF, fragilizam colmos (acamamento) e elevam a chance de contaminações que pioram fermentação e estabilidade.

TSI: proteção inicial que aumenta a sanidade e a uniformidade

     Nesse contexto, o Tratamento de Sementes Industrial (TSI) se torna uma importante ferramenta para a melhora da qualidade da silagem, por criar uma barreira contra patógenos de solo e pragas iniciais, promovendo arranque vigoroso, estande mais uniforme e plantas mais resilientes, impulsionando lavouras mais sadias até a ensilagem. Hoje, os pacotes de TSI combinam fungicidas, inseticidas e, cada vez mais, soluções biológicas. Um exemplo é o Lumialza™, nematicida biológico para tratamento de sementes de milho que faz parte do no TSI Brevant® Sementes. O defensor protege as raízes desde a emergência contra nematoides, praga muitas vezes “invisível” que compromete vigor, crescimento radicular e absorção de nutrientes, afetando todo o ciclo.

     Para ajudar o produtor que trabalha com as tecnologias Brevant® Sementes, o TSI da marca reúne combinações pensadas para a realidade do campo brasileiro, oferecendo proteção inicial essencial, padronização do estande e reduzindo falhas de emergência e perdas de plântulas, dois pontos que se conectam à qualidade da silagem porque favorecem plantas mais homogêneas, maturação alinhada e teor de matéria seca no alvo no momento do corte. São 7 camadas de proteção, que reúnem uma combinação robusta de tecnologias químicas e biológicas aplicadas com precisão.

     Para quem faz silagem com híbridos Brevant® Sementes, a combinação TSI bem escolhido com manejo integrado de pragas (MIP) ao longo do ciclo, colheita e ensilagem bem feitos forma um sistema de proteção contínuo que começa na semente, passa pelo controle correto de pragas e doenças e gera uma produção mais volumosa e nutritiva, estável e segura no cocho. O resultado é mais desempenho por tonelada ensilada e menos surpresas na nutrição do rebanho.