Blog •  24/06/2022

Agricultura 5.0 para uma produção cada vez mais estratégica

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Agricultura 5.0 para uma produção cada vez mais estratégica

Evolução une informação e tecnologia para otimizar a gestão das propriedades rurais e ajudar o produtor a tomar decisões mais assertivas

Uso de drones, análise de solo georreferenciada, mapeamento via satélite e equipamentos autônomos. Esses conceitos parecem familiares? Se eles ainda não fazem parte do dia a dia da sua propriedade, prepare-se, pois, em breve, eles estarão inseridos em sua realidade graças à chamada agricultura 5.0. Até então, a agricultura 4.0 priorizava o trabalho “braçal” das máquinas e era reconhecida pelos avanços na biotecnologia, na genética e no surgimento das tecnologias digitais e sua implementação, como a agricultura de precisão. Agora, essas mudanças passaram por evoluções ainda mais profundas, e a agricultura passa a ser cada vez mais tecnológica para otimizar o trabalho no campo e facilitar a tomada de decisões estratégicas.

Na fase 5.0, percebe-se uma forte revolução nas demandas, nos métodos e nos processos, sempre aliada à inovação tecnológica e coleta de dados e com foco na produtividade, lucratividade e sustentabilidade. A informação é o seu principal trunfo, obtida por meio de sensores e dispositivos interconectados digitalmente, possibilitando o processamento de dados e o fornecimento de análises para a tomada de decisões. Para Leandro Xavier, profissional da área de Tecnologia da Informação, com mais de 20 anos de atuação nos segmentos do agronegócio, indústria e saúde, o produtor rural deve compreender e utilizar as soluções do modelo 4.0 antes de avançar para a evolução 5.0. “Assim, ficará mais fácil se adaptar ao novo formato, que é marcado pelo uso da inteligência artificial, biotecnologia e análise de dados da fazenda”, pontua.

Guilherme Foresti Caldeira, zootecnista e líder digital Brasil da Corteva AgriscienceTM, ressalta que a agricultura 5.0 também inclui em sua pauta a sustentabilidade do processo produtivo por meio da racionalização do uso de produtos e preservação dos recursos naturais. “Conforme projeção da ONU, estima-se que até 2100 o mundo conte com mais de dez bilhões de habitantes. O conceito da agricultura 5.0 vai permitir que seja possível produzir alimentos para atender à demanda mundial seguindo diretrizes sustentáveis e renováveis. Otimização da produtividade e dos recursos, segurança alimentar e alimentação saudável são outros grandes benefícios”, observa.

Mãos segurando um punhado de terra de onde brota uma planta

Xavier afirma que a agricultura 5.0 já é uma realidade em muitas propriedades rurais. “Esta é a quinta revolução no setor e destaca-se pelo grande avanço de processamento de dados na lavoura bem como a automação dos modelos de produção, diferenciando-se pela maneira como as tecnologias são aplicadas no campo. Enquanto a agricultura 4.0 busca expandir o número de tecnologias e soluções direcionadas para o dia a dia das atividades rurais, a agricultura 5.0 age de maneira focada e personalizada no cultivo das plantações, suprindo suas necessidades específicas e solucionando problemas em tempo real, a partir do uso de dados e soluções robóticas, inteligentes e automatizadas”, destaca.

O especialista explica que os principais pilares do novo modelo são produtividade, sustentabilidade e disponibilidade, contemplando o aumento da qualidade e valor acessível para garantir a segurança alimentar, redução dos desperdícios operacionais e aumento da eficiência a partir da implementação da análise de dados que contribuem para que o produtor decida de forma mais precisa e assertiva. “Entre os principais benefícios da agricultura 5.0, estão o aperfeiçoamento das técnicas de trabalho, otimização das áreas da lavoura, redução de custos, previsibilidade de questões climáticas, melhoria na qualidade dos produtos, minimização dos impactos ambientais, eficiência na gestão agrícola, melhor aproveitamento dos insumos e aumento da lucratividade. Em resumo, a agricultura 5.0 atua de modo mais estratégico, de forma que consegue identificar irregularidades na lavoura e se antecipar às falhas, reduzindo significativamente erros e desperdícios no campo”, ressalta.

Desafios da agricultura 5.0

Mesmo proporcionando tantas vantagens para as propriedades rurais, a implantação do novo modelo ainda precisa superar desafios importantes, como a dificuldade de acesso à internet em determinadas áreas rurais, falta de capacitação técnica para utilizar os equipamentos e até mesmo resistência ao uso de novas tecnologias por parte de produtores mais tradicionais. “O produtor rural precisa ter a mente aberta para receber as soluções da agricultura 5.0 e ter a consciência de que o investimento nessas ferramentas é essencial não só para se manter competitivo no mercado como para aumentar sua produtividade e rentabilidade. Além disso, outro ponto fundamental é a preparação por meio de treinamento e capacitação dos colaboradores que trabalham na empresa rural. Portanto, o recomendado é que o produtor invista em cursos e treinamentos da área, fique atualizado em relação às ferramentas que estão sendo lançadas no mercado e busque ajuda profissional para escolher as opções mais adequadas para sua propriedade”, esclarece Xavier.

Agricultor brasileiro é líder na digitalização no campo quando comparado a agricultores de outros países

A Plataforma Digital da Corteva AgriscienceTM investe na pesquisa e no desenvolvimento de soluções tecnológicas sustentáveis, que incluem produtos e serviços digitais, para que o produtor possa se preparar para continuar sua atuação na agricultura. “O agricultor brasileiro segue líder na digitalização no campo em relação aos seus principais concorrentes, como Estados Unidos e Europa. Segundo o site Agro Dia, entre 2020 e 2021 houve um salto de 36% para 46% dos produtores rurais que usam ferramentas digitais para auxiliar em suas atividades. Eu acredito que o agricultor deve seguir se especializando e sempre atento à customização das etapas dos processos produtivos de modo a suprir suas necessidades e resolver os problemas em tempo real, melhorando sua eficiência produtiva”, acrescenta Caldeira.