Blog •  12/07/2022

Como o universo agrícola já está marcando presença no metaverso?

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Fazendeiros compram e vendem terras, cultivam lavouras, criam animais e até desenvolvem sementes no ambiente agrícola virtual

Descubra quais iniciativas relacionadas ao agro já estão sendo construídas no metaverso que parece ficção do futuro, mas está acontecendo agora

O metaverso é algo tão novo e pode ser tantas coisas, que ainda é difícil explicá-lo. O certo é que ele desafia os limites físicos em uma escala cada vez maior e proporciona aquilo que as pessoas querem: experiências imersivas únicas.

Apesar de estar em evidência, talvez o momento dessa novidade seja comparável ao surgimento de outras inovações tecnológicas, como a internet, as redes sociais ou o armazenamento em nuvem. De início, tudo isso já foi difícil de explicar, causou estranhamento, gerou dúvidas, começou sem muitos detalhes, mas logo causou enormes transformações nos mais variados setores e, hoje, faz parte das nossas vidas.

Se você está achando esse assunto muito tecnológico para quem atua no agronegócio, saiba que o segmento não só está presente no metaverso como é um expoente de negócios por lá. O movimento é propício porque o agronegócio foi um dos setores que tiveram os menores impactos durante a pandemia, o que permitiu grandes avanços tecnológicos e uma transformação digital cada vez mais acelerada.

Uma combinação que funciona

Já está mais que comprovado o quanto a tecnologia amplia e aprimora o mercado agrícola. E, agora, o metaverso permite a inserção em novos ambientes virtuais, nos quais as pessoas se relacionam, trabalham, estudam e se divertem com avatares, por exemplo, graças à realidade aumentada. Tudo começou no metaverso pelos games – os pioneiros foram Animal Crossing, Fortnite e Roblox – com a construção de mundos online e as experiências imersivas como realidade virtual e aumentada.

Assim, consequentemente, puxaram o consumo para esse ecossistema. Jogadores passaram a comprar coisas nesses novos mundos com os seus avatares criados. Dentro dessa possibilidade, a corrida é grande para entender melhor as possibilidades de negócios. É nessa perspectiva que a segmentação continua se mostrando importante no ambiente virtual. Somam-se a esse cenário as possibilidades de transações sem envolver dinheiro, mas sim por meio de criptomoedas e NFT (saiba mais sobre esse assunto no box ao final da matéria). Marcas como Nike e Gucci estão se integrando ao metaverso, vendendo bolsas e tênis via NFT. 

Dessa maneira, já está estabelecido um universo que replica atuações, mercados e negócios, levando para o ambiente virtual as mesmas práticas da vida fora da tela. E, dentro do universo agrícola, um exemplo é a venda de terrenos no metaverso. Ou seja, pedaços de terra (pequenos ou grandes) disponibilizados naquele universo digital para construir casas ou para outros interesses. Tais porções de terra (chamadas de land, em inglês) são divididas em lotes e possuem uma espécie de registro da propriedade digital para garantir autenticidade e exclusividade. 

Os terrenos no metaverso são adquiridos por meio das criptomoedas e podem, ou não, ser valorizados com o tempo. Eles ficam dispostos em mapas digitais e, assim, uma espécie de mercado imobiliário começou a surgir. Os principais fatores levados em conta na valoração deles são o tamanho, a localização (sim, existem “regiões nobres”) e a escassez. Atualmente, as plataformas no metaverso mais conhecidas por possuírem terrenos disponíveis são Decentraland, The Sandbox, Axie Infinity, Nifty Island e Star Atlas.

Mas como comprar? Existem três principais maneiras de adquirir lotes por lá: comprando diretamente dos desenvolvedores ou das vitrines online disponíveis no metaverso ou, ainda, nos marketplaces de NFTs. E já existe uma alta inflação nos valores dos lotes das principais plataformas do gênero, levando terras a custar muito mais caro do que um pedaço de terra no mundo real. 

Venda de terras no ambiente digital por meio de criptomoedas

Negócios agrícolas virtuais

Aí você deve estar se perguntando: mas por que um produtor agrícola compraria um terreno em ambiente virtual? Quem responde é a plataforma de jogos Happy Land. Baseado em tecnologia blockchain, ela permite que as pessoas atuem como fazendeiros no metaverso. Sim, isso é possível! Jogadores têm a oportunidade de comprar e vender terras, cultivar lavouras, criar animais, desenvolver sementes e até trazer novas tecnologias para o ambiente agrícola virtual.

Ao longo de 2021, um grupo de investidores e desenvolvedores de diversos países, incluindo Estado Unidos, Inglaterra e Austrália, criou a plataforma. Seu lançamento oficial foi no início deste ano e a inspiração dos criadores do jogo veio dos grandes fazendeiros do Texas, estado norte-americano que detém um dos maiores rebanhos bovinos do mundo. Alguns deles chegaram a atuar como consultores para o desenvolvimento do jogo.

A ideia central é que o jogador invista em recursos para comprar, por exemplo, rações para o gado ou fertilizantes para as plantas. E o fruto de seu trabalho – como uma boa safra – é negociado diretamente com outros jogadores, em um formato de interação comercial que conhecemos na vida real. Já para fazer transações é preciso converter dinheiro real em tokens negociados dentro do jogo e vendidos em corretoras de criptomoedas sob a sigla HPL. Outro ponto é que quanto mais pessoas jogarem, mais a moeda se valoriza.

O grande destaque dentro da plataforma Happy Land é que há uma área chamada techlab. Ela funciona como um hub de inovação em que é possível desenvolver sementes mais raras e, portanto, de valor maior. Isso fará com que cada jogador tenha a oportunidade de ser criativo com a sua agricultura e possa trazer bons desdobramentos fora do ecossistema também.

Se o metaverso está a todo vapor e a inovação vem sendo construída por lá, estamos vendo que as fontes de inspiração vêm da realidade já bem estabelecida por aqui. Afinal, o metaverso não é algo pronto e engloba uma série de experiências com o maior alcance possível. Ou seja, permite estar presente em tudo: jogos, e-commerces, redes sociais, misturando o mundo online e o offline por meio de dispositivos digitais. Especialistas inclusive usam o plural: não um metaverso, e sim vários metaversos. O tempo vai mostrar se o futuro está nesse ecossistema, ou não, mas, enquanto isso, quem tem o perfil ousado e inovador já se rendeu à disrupção tecnológica e está lá vivendo o presente.

Você já conhecia essas novidades? Fique de olho em nosso blog, vamos sempre trazer o que está no auge além da lavoura!

 

Fique por dentro das terminologias para não fazer feio!

O que é NFT – O NFT é uma sigla que se refere ao token não fungível, um código único que valida a autenticidade de um arquivo. Grosseiramente falando, esse formato de autenticidade digital ajuda a saber se um arquivo digital é original ou cópia e, por isso, é um ativo digital que representa objetos do mundo real, como obras de arte, música, itens de games e vídeos que são negociados online, frequentemente em moedas digitais. Vale até para registrar imóveis. Criado em 2014, o NFT começou a ganhar força em 2021, quando o mercado movimentou US$ 44,2 bilhões desses itens digitais, muitas vezes em transações milionárias. Ele é um ativo criptografado com blockchain e único, ou seja, é diferente de um ativo fungível que pode ser substituído por outro item da mesma espécie sem perda ou ganho para quem detém a propriedade. Ele é insubstituível.

O que é Blockchain – É a tecnologia que está por trás das criptomoedas. Basicamente, um sistema que permite o envio e o recebimento de alguns tipos de informações pela internet. Essa tecnologia funciona como um enorme banco de dados em que pedaços de código carregam informações conectadas, como blocos que formam uma corrente. Por isso o nome “corrente de blocos”.

O que é Criptomoeda – Também chamada de cibermoeda, é uma moeda digital diferente do real, do dólar e de outras moedas, pois só existe na internet como valores digitais em um banco de dados online que documenta as transações específicas. Ou seja, elas são verdadeiras, mas não é possível pegá-las com as mãos. Esse sistema não depende de bancos para verificar e confirmar transações, é descentralizado porque não existe um órgão ou governo responsável por controlar, intermediar e autorizar emissões de moedas, transferências e outras operações. Quem faz isso são os próprios usuários. Esse nome vem do uso do recurso de criptografia (uma codificação avançada envolvida no armazenamento e na transmissão de dados), que oferece segurança e proteção para assegurar a validade das transações e a criação de novas unidades da moeda. A criptomoeda é armazenada em carteiras digitais e a primeira criptomoeda foi o Bitcoin, criada em 2009 e, ainda hoje, é a mais conhecida.